Segundo Jung, o ar representa a função pensamento em sua tipologia e traz a possibilidade de lidar com os sonhos esta matéria fugidia, ilógica, atemporal e volúvel. “O conflito básico nesta dimensão simbólica pode estar representado pelas oposições e dilemas existenciais entre soltar-se e fixar-se, em organizar-se e dispersar-se”(Philippini, Angela,2018, pg.44)
Na arteterapia o recurso de montar um móbile com símbolos de um sonho ativa a psique humana podendo ficar desconfortável, aérea e inquieta. Essa atividade estimula a criação de um espaço para manifestação aérea do inconsciente. Possibilita reorganização e equilíbrio das ideias na mente, onde o movimento do ar, o simbolismo do sopro do vento traz compreensão para mudança, para o novo. Confúcio diz:” Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.”
A montagem do móbile amplia o olhar do desconstruir para construir, deixar fluir, instigar o olhar para diferentes possibilidades de uma nova estrutura onde vetores como, eixo, base, pendentes, materialidade, peso, gravidade e posição do conjunto do objeto finalizado equilibram a mente. Enxergar possibilidades não vistas, trazer a consciência, a imensidão dos sonhos e dos pensamentos para integrá-los no símbolo do móbile.
Nesse processo de construção do autoconhecimento a arteterapia atua delicadamente reorganizando o olhar para novos pensamentos, sensibilizando para o entendimento de que os símbolos são únicos, singulares de cada indivíduo. “…precisamos aprender a enxergar quando enfrentamos a imensidão, do desconhecido, o singular! Somente assim saberemos apreciar sua beleza e fazer parte dela.”(Philippini, Angela,2018, pg.42)
Referências Bibliográficas Philippini, Angela. Imaginário em Arteterapia: a vez e a voz dos pensamentos. Rio de Janeiro: ed. Wak, 2018, pg. 42 e 44